Apareceu finalmente um extenso relatório, sobre as famigeradas agências americanas de notação do rating, a Fitch, a Moodys e a S&P. O calhamaço é demolidor. Antes da crise do subprime na América, em 2008, tais agências davam notações de triplo AAA a produtos financeiros de pura especulação, dos quais 90% se transformaram em lixo radioactivo. Contaminaram globalmente as finanças do mundo, com obscenos lucros próprios. E através da pura extorsão, um colossal volume de riqueza mudou simplesmente de mãos. Continuam à solta por aí.
São estes bandos de falsários internacionais que nos cravam os dentes no cachaço, e se alimentam da angústia dos povos do mundo, ao serviço do insustentável jogo imperial americano que desaba. Têm a seu favor o sono dos burocratas que governam a Europa e vivem como nababos, enquanto deixam morrer o sonho europeu. E cá em casa contam com a cumplicidade e o frenesi duns paus-mandados indígenas, que funcionam a pilhas e andam muito contentes com a chegada do FMI. É que assim podem dobrar-nos a espinha e pôr-nos a pão e laranjas. Coisa que não tinham culhões para fazer sozinhos.
Mas a vida não lhes corre a gosto. A execução orçamental do último trimestre tem um saldo positivo de 430 M€, quando no ano anterior foi negativo em 1300 M€; a despesa pública baixou 3,7%, e a receita subiu 15%; a despesa com pessoal baixou 8%; há uma quebra no défice público da ordem dos 60%. Aos parasitas, estas coisas não dão jeito.
A princípio parece que estás a ouvir um sapo que coaxa à tona da ribeira, aflito com a azáfama da reprodução. A voz agreste de cana rachada deixa as frases a meio, frenéticas, urgentes, a pisarem o vestido umas às outras.
O homem dispara sobre um governo de guerrilheiros, e aponta-lhe os cabecilhas, antes de te acenar com um governo dos melhores a surgir do nevoeiro, carregado de independentes da sociedade civil. Como se tu já os tivesses esquecido, aos melhores, que agora estão reformados. E se calhar esqueceste. Mereces o martírio de o ouvir.