O autocarro baloiçava as molas no empedrado velho da avenida, parecia uma traineira a forcejar a barra, quando a mulher entrou. E foi descendo a coxia com ademanes de enfado, à procura dum espaço onde arrumar os volumes dum abafo de pelagens sintéticas.
A mulher trazia uns lábios vermelhos, desenhados a bâton, e pulseiras que luziam corações de lata, sempre que estendia a mão às pegas do corredor, a equilibrar um balanço. Protegia-lhe a peruca uma boina lilás.
Então a rapariga levantou-se, voltou na direcção dela os peititos de rola, desvendou uma coxa arredondada, e ofereceu-lhe o lugar.
- A menina faxavor de ir chamar velha à sua avó!
E rodou para a janela o nariz arrebitado.