Mas não ficou por aí. Pois Prometeu, além de confiar aos humanos o fogo, ensinou-os a sacrificar aos deuses a gordura e os ossos, guardando para si a carne limpa das oferendas.
E uma vez que por então só existiam homens, sem mistura de mulheres, abriu Zeus as portas ao rancor e castigou a injúria. Fez uma criatura que deleitava os olhos, pela suavidade e a beleza. Deu-lhe o nome de Pandora, por ser "a dádiva de todos". Cobriu-a de véus e grinaldas de flores e mandou-a para a terra.
Logo o descuidado Epimeteu lhe deu as boas-vindas. Mas Pandora trazia uma caixa fechada, que não devia abrir. Por nela se conter um segredo divino, misterioso e terrível. Porém, na criatura, eram equivalentes a beleza e a curiosidade. E um certo dia Pandora abriu a caixa.
Dela jorraram pragas, tristezas, malefícios, sofrimentos que depressa alastraram aos humanos. E no fundo da caixa, que a assustada Pandora quis fechar, só a Esperança restou aprisionada.