Salvador Caetano, que ontem morreu, e Azinhais Nabeiro, dos Cafés Delta, são exemplos de empresários credores de apreço geral.
O primeiro começou a raspar ferrugens, e criou um grupo empresarial que emprega hoje 6.500 trabalhadores em seis países.
O segundo iniciou a vida com cargas de contrabando às costas, e hoje dá de comer a um concelho inteiro.
Nenhum deles foi doutorado em gestões, contra as quais eu nada tenho. Nenhum deles se construiu encostado a poderes, que me fazem torcer o nariz.
Fizeram ambos o que tinham a fazer, como empresários e como cidadãos. Contrariaram o triste fado indígena, o espírito videirinho que a história nos inculcou.
Tenho por ambos grande admiração. Fazem-me lembrar o Ferdinand Porsche, à sua dimensão.