A turbamulta desses bem-vestidos, que andam a oferecer a alma pela liberdade de expressão, e pelo estado de direito democrático que já dão como defunto, dispõe afinal de horas e horas de tempo de antena em televisões, em rádios, em jornais, para atenazar o governo e foder-nos a vida. Não lhe faltam jornalistas serviçais, nem papagaios amestrados, nem comentadores pagos, nem juízes apaniguados, nem sindicalistas vesgos, nem esquerdistas de várias bandeiras, prontos a colaborar. Não lhe escasseia a gamela, ao fim do mês. Contam mesmo com o discreto beneplácito do presidente que temos, garantido pelas provas que já deu.
É tudo uma questão de dor de corno e de fome de poder. Porque o governo em funções pouca coisa mais tem feito do que executar no terreno a política da mesma turbamulta: pôr a gentalha no lugar que lhe compete, porque isto em Portugal não é o da Joana. Nunca foi, embora tenha parecido.
Ora essa é a política que a turbamulta havia de pôr em prática, se fosse mais que uma súcia de parasitas impotentes. Se tivesse tomates para o fazer, num estado de direito democrático com liberdades de expressão.