Reconhecida e comprovadamente um partido de barões, saloios espertiços e traidores, que usaram o tutano da Nação para governar a vidinha nos últimos trinta anos, o PSD especializou-se há muito em tirar coelhos da cartola. O último que saiu foi uma espécie de boneco sempre-em-pé, cabeça de lista às eleições do Parlamento Europeu.
Quando se imaginava que o tema primeiro da campanha iria ser a ingente discussão sobre a Europa, de que ninguém sabe muito bem o que fazer, pronunciou o candidato que o seu campo são as questões nacionais. E propôs, nem mais nem menos, que um debate público entre o primeiro-ministro, e o candidato do partido do governo.
Quando o primeiro-ministro fez saber que não recusa a discussão dos problemas internos, o sempre-em-pé concluiu que o seu mais directo adversário já perde por um a zero.
A seu tempo ver-se-á como reage a lucidez do eleitorado, a estes números de jongleur de feira, engolidor de fogo. A história não promete nada bom.