segunda-feira, 20 de abril de 2009

da capo - 27

Rangel está despido de qualquer ligação ao passado, o que é importante neste momento, para o bem e para o mal.
Capucho

Há um ano atrás houve eleições no PPD. E a impudente argumentação coeva, sustentando o candidato Coelho, deu origem à catilinária a que então se chamou Contrição ou Desvergonha.
Amanhã há eleições de novo, e o impudor permanece, ipsis verbis. Assim se justifica a mesma catilinária, porque afinal só havia desvergonha.

Já era funda a suspeita, agora feita certeza. De que as governações da mão do PPD fazem corar de vergonha o próprio PSD. Dito assim, ou vice-versa.
O partido pegou de estaca há-de haver trinta e tal anos, num composto de antigas ruralidades, gerido por diletantes, pilotado por caciques, encomendado por padres. E foi servindo de palco a figuritas cinzentas, fiéis assíduas das missas da ditadura, sem a mais leve noção do que pudesse ser um país diferente e novo. Nelas só a incompetência era maior que a sofreguidão. E o poder foi-lhes apenas trampolim.
Agora andam à deriva, e vão fazer eleições. E têm um candidato melhor que todos os outros, é uma figura importante quem o diz. O candidato é novato, mas porém nisso reside a sua maior vantagem. Em estar isento de qualquer responsabilidade, nas governações passadas.
O PSD é actor primeiro no palco da tragédia nacional, que não ocupa sozinho. É ele o melhor espelho da sociedade que somos, no que ela tem de pior. Assim, ao candidato e ao partido, valerá a desmemória do país. Ao país é que nem partido nem candidato.