quinta-feira, 21 de março de 2013

Não há efeito sem causa

A perspectiva de José Sócrates vir em breve ao exercício do comentário político na RTP1 está a causar pele de galinha a muita gente. Não deixa de ser extraordinário, para não lhe chamar patético, mesquinho e vergonhoso. Por alguma razão alguns querem assim calar a boca ao homem.
Sócrates deixou de ser primeiro-ministro há dois anos. Mesmo longe do país e em absoluto silêncio, tem servido aos marginais do actual governo como bode expiatório para tudo e mais alguma coisa. Sem contraditório que se ouça, mesmo do seu próprio partido.
Ao longo dos seis anos em que foi chefe do governo, Sócrates foi alvo duma persistente campanha de ódio, de calúnia personalizada, de suspeição nunca demonstrada, de intriga, de inverdade, de destruição de carácter, por parte da elite indígena. Começou na boca suja de Santana Lopes em 2005, continuou no Freeport e numa série de infindáveis peripécias, e ainda não acabou. Para vergonha dos próprios, se a tivessem, a campanha teve a cumplicidade activa dos partidos da chamada extrema esquerda. 
Não é a primeira vez que isto acontece na pálida história da pátria. E alguma razão há-de haver neste caso, como sempre houve em casos semelhantes. Porque os efeitos sem causa não existem.