segunda-feira, 18 de março de 2013

Estampa

[Foto de Alfredo Cunha]
Meteram o homem naqueles espectáculos de ilusionismo arriscado, com muitas plagas distantes, e gestas aventureiras, e almas repartidas em pedaços, coisa e tal. Era o comparsa que aceitava trancar-se na caixa das espadas.
Porém o animador do palco era um farsante, um vulgar aprendiz de feiticeiro. Uma tarde abriu a caixa e o pobre saiu assim, desmanchado em talhadas desconexas.
E ficou para ali, às postas, num terreiro do sertão, como um desperdício triste. Um homem que era uma estampa!