No "Prós e Contras" de anteontem, onde uma parte das comadres tomou parte, o essencial ficou claro.
Há um ano e meio atrás, a Casa Civil do sr. Presidente urdiu uma moscambilha contra o governo, em benefício do PSD. Sócrates andava a vigiar Belém.
Em Agosto passado, José Manuel Fernandes prestou-se ao frete e disponibilizou o PÚBLICO para levantar a lebre e dar corpo à coisa. Noticia que Belém tem suspeitas de que há escutas por parte de S. Bento.
O sr. Presidente conhece as notícias e sabe da manobra, mas não ata nem desata. Não confirma, não desmente, não actua. Fica-se pela conivência táctica. Enquanto no PSD se amplifica a verborreia da asfixia democrática em que o país mergulhou.
Até que o e-mail interno do PÚBLICO chega ao EXPRESSO e ao DN. E o e-mail é explosivo. Diz expressamente que o sr. Fernando Lima, às ordens do patrão Cavaco, servindo-se do PÚBLICO, organiza uma cabala contra Sócrates, em favor da oposição. A qual cabala devia simular origens na Madeira, para cobrir o rabo ao gato.
O sr. Henrique Monteiro, que é pago por Balsemão, não faz notícia do e-mail. E alega não o fazer, porque a fonte era política. E o EXPRESSO não faz a política das fontes. Faz jornalismo ético e deontológico, que é o seu.
Já o DN, analisada a questão, decide publicar o e-mail, porque ele contém informação vital para os portugueses, sobretudo em período eleitoral. E José Manuel Fernandes verbera João Marcelino, por violar correspondência interna e pessoal da redacção do PÚBLICO, traindo os códigos sagrados do jornalismo.
Nesta história, José Manuel Fernandes é um canalha, e só pode vir meter os pés pelas mãos. Henrique Monteiro é um cúmplice cobarde, que apenas pretende espalhar a confusão, lançar cortinas de fumo, impedir a compreensão da moscambilha. Paquete de Oliveira, honra lhe seja feita, aproveitou a oportunidade para zurzir os dois escroques. E o sr. Presidente, que a seu tempo demitiu sem demitir o assessor Fernando Lima, e há semanas apareceu na televisão para dizer o que não disse, fez o melhor que podia, para escapar aos estilhaços: fazer de sonso patético, tentar comer-nos por parvos, contar absurdas histórias da carochinha, e esperar que a chuva venha e tudo passe.
E nós todos... estamos bem servidos!