A afirmação é polémica, concedo que discutível. Este lhe chamará blasfema, aquele despropositada, o outro coisa pior. Para mim é simplesmente verdadeira. Olhados globalmente, os militares portugueses constituem uma das poucas classes profissionais que não fazem rir o mundo, nem envergonham o país internacionalmente.
Houve um tempo em que Eanes tinha um certo ar sinistro, de patilhame comprido e óculo escuro. Mais tarde foi Presidente, foi à escola de Navarra. E hoje diz coisas que fariam pensar os beaux-esprits de que esta pátria anda cheia, se a pátria contasse mais do que o seu próprio umbigo.
Numa tertúlia do casino da Figueira que discutia a energia, Eanes lembrou a necessidade de ultrapassar os nossos atavismos na questão do nuclear. E sobretudo (é a isso que o caso vem!) assentiu que os cavalinhos do Côa não saberão nadar. Mas já tiveram tempo de aprender!
A expressão há-de ser rude, mas não lhe falta clareza. E de finezas retóricas andamos nós todos fartos, que somos de carne e osso verdadeiro.
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