terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Estilhaços 9

«E assim mataram o Instituto de Odivelas. Quiseram matar o Instituto de Odivelas. E mataram. Queriam "matar o Colégio Militar", mas afinal só, e por enquanto, mataram o Instituto de Odivelas. 
A escola mais forte no que concerne aos resultados - ainda neste momento continua nos lugares cimeiros das escolas públicas nos rankings de 2014/2015. Depois de morta. 
A escola que consideraram um alvo mais fácil a atingir porque do "sexo mais fraco", frequentada por alunas que podiam usar saia e desenvolver a sua identidade feminina, usufruir de um ensino de excelência com rigor, qualidade e exigência. 
A escola pública discriminada por ter diferenciação de género, enquanto escolas privadas nas mesmas condições são financiadas pelo Estado Português. 
A escola mais atacada pelo poder central da coligação PSD/CDSPP, não por preconceito mas por teimosia, eivada de ganância, interesses, conivências... 
A escola esquecida pelo atual Governo de Portugal do PS que, na oposição tanto a defendeu, incluíndo o antigo fundador do PS e antigo Presidente da República Dr. Mário Soares. 
A "escola", vulgo edifício, mais desejada pelo poder municipal de Odivelas, embora, paradoxalmente ou não, defendida pelo PS e pelo PSD locais. 
A escola de excelência e com 115 anos de existência que foi abandonada pelo mais alto Representante da Nação, o Presidente Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva. 
A escola que acolheu a aluna órfã e mãe do candidato à Presidência da República Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa. 
A escola que foi citada por todos os partidos políticos que gostam de ser politicamente corretos e angariar votos em tempo útil, à boca das urnas. O Instituto de Odivelas foi extinto, encerrado e enterrado. Estes são os verbos adequados. O resto são eufemismos. 
A escola foi defendida por um conjunto de cidadãos de coluna direita e de consciência digna que se dirigiram a todos os Órgãos de Soberania e aos Órgãos de Comunicação Social porque acreditavam que a Democracia e a defesa dos Valores funcionavam em Portugal. A AOFA defendeu sempre o IO. Infelizmente, nem todos os Oficiais o fizeram: em 1903 um Vosso camarada de armas referia. "O Instituto é um estabelecimento de largo futuro e bem merece a proteção de todos os militares e poderes públicos" 
Resta, talvez, defender o Instituto de Odivelas junto de tribunais internacionais, da UNESCO... por haver na Europa um atentado ao património educativo e histórico de Portugal. Porque neste país existem dois pesos e duas medidas para a Educação e para a História. "Desditosa" Pátria que tais filhos tem!»
(Autora identificada perante a AOFA, mas que prefere aqui o anonimato!)