terça-feira, 12 de maio de 2009

Magalhães?!

Pode ser que sim, que o objecto seja uma alavanca para mover, a prazo, a iliteracia indígena. Pode ser que seja mais que um voluntarismo, mais que uma reverência pacóvia à tecnologia, mais que uma táctica governativa. Oxalá eu me engane, pois o que me parece é outra coisa!
Todos os meios electrónicos tendem a ser vistos como brinquedos, pela miudagem. E o que uma criança aprende, de facto, com um computador, é só a manipulação do mesmo computador. O que, em si, não constitui uma competência mental decisiva. Teoricamente facilita o acesso à informação. Mas não envolve criatividade, nem discernimento, nem imaginação, nem memorização, nem concentração mental. Muito pelo contrário!
A utilização precoce de meios electrónicos pode gerar crianças super-estimuladas, mas não forçosamente adolescentes mais capazes, nem mais apetrechados. Pode mesmo ser-lhes prejudicial, no que diz respeito à sociabilidade, ao crescimento integral.
Levando a coisa ao limite, só uma coisa se pode arriscar: o Magalhães é uma boa ração para cãezinhos de Pavlov. Tudo o resto são boas intenções. E quem me dera a mim estar enganado!