Adivinha-se nela a sapiência antiga, de quando era mestre-escola, num tempo em que as verdades eram definitivas. Guarda ainda a voz clara e colocada, e o tom confiante e assertivo, como agora se diz.
- Mesmo para ser cão é preciso ter sorte! Até eles têm os seus carinhos, os seus tratos, os seus cuidos! É preciso ter sorte para tudo!
As companheiras de viagem aconchegam nas pernas a tralha das compras. E acenam em silêncio, convencidas, já levam que pôr na mesa do jantar.
Eu olho em volta, hesitante. Não sei muito bem porquê, mas não concordo.