Sempre viveu aqui, em Almofala, mesmo à face da rua principal. Quando lhe passam à porta os carros ligeiros, levanta-se a poeirada. E ela atapetou a soleira da entrada, porque não quer lixaradas lá dentro.
Este nome que lhe deram no baptismo veio duma bíblia muito antiga. É como ela. Vive em Almofala há tantos anos, que a terra de Riba-Côa ainda era leonesa, quando ela nasceu.
Este nome que lhe deram no baptismo veio duma bíblia muito antiga. É como ela. Vive em Almofala há tantos anos, que a terra de Riba-Côa ainda era leonesa, quando ela nasceu.
Tem uma filha que mora ali ao lado, numa casa alta e moderna, onde a poeira não entra. Mas Ester gosta mais da sua casa pequena, que sempre viveu nela, e não tem escadarias que subir. Senta-se no poial ao sol da tarde e faz o seu trabalho. Hoje é este naperon para o enxoval da neta, que mora na cidade e anda para se casar.
Ester é feliz todos os dias, só ela sabe como. E está à espera de que chegue o Natal, que então há-de vir o filho, da cidade, para a ceia da Consoada.