sábado, 30 de janeiro de 2016

Pé à tábua

O dinossauro em que me desloco tem 40 anos. Há dias precisou duma peça que os alemães descobriram num cafundó de velharias, Salvou-se ele e salvei-me eu.
Mas vou à vila e a minha alma fica parva. Os Mercedes reluzentes são às dúzias, a tropeçar em Audis de 300 cavalos, em BMW's todo-o-terreno que se hão-de pagar ao banco. Os Toyotas, os Fiat e os Renault são coisas de patoléu.
Para não falarmos agora do Ferrari do médico. Promovida há uns tempos a cidade, a Mêda não passa duma aldeia grande, com uma avenida no meio, oitocentos metros de recta. Aí leva o pé à tábua, o Fangio. 
E dizem eles, uns burguesotes confusos, que o Sócrates nos deixou na bancarrota. Sem corarem de vergonha!