sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Canalhices

Tomemos como exemplo estes dois manipansos.
Aqui há uns anos, Mário Nogueira, esse César de bigodes, comandou Avenida abaixo uma legião de duzentos mil professores, filhos, amigos, parentes e demais familiares contra a ministra sinistra do governo de Sócrates, porque ela pretendia estabelecer uma avaliação dos docentes da escola pública. A ministra lá foi na enxurrada, e os professores acabaram, coitados deles, pendurados num gancho do açougue do Crato. Desde então o Nogueira entrou em modo silencioso, limitado à apresentação de irrelevantes providências cautelares. Até que os ventos mudaram.
Hoje é Arménio Carlos, da CGTP, que decreta uma greve na função pública, porque as 35 horas semanais, já previstas pelo governo do Costa, são inadiáveis e urgentes. São mesmo um afogadilho, questão de vida ou de morte! Pouco importa que os burocratas parasitas da Europa, e as hienas do rating da finança, e os sipaios dum governo de bisnetos de negreiros que aí houve já se babem de gozo, perante as dificuldades do projecto de orçamento que o Centeno apresentou a Bruxelas.
O Nogueira e o Arménio têm um traço comum: são dois braços do comité central, que anda aí à procura dos portões do palácio de inverno, e entrou em catalepsia com os resultados (inesperados?!) das presidenciais. E há estranhezas nisto tudo: ou esbracejar frenético de náufragos, ou falta dum GPS, ou idolatrias de seita, ou tacticismos canalhas. Oxalá no fim não sobre, ao país e ao povo dele, um travo a papel de música na boca!

ADENDA: Se o PC se vai esfumar sossegadinho no seu canto ou se vai arrastar o PS na sua queda (como os “duros” querem) é o que resta apurar. Seja como for, a agonia do comunismo irá com certeza produzir uma guerra na esquerda, que pode levar o regime à ruína. VPV in PÚBLICO.