sábado, 2 de maio de 2015

Emulações

Além da Casa da Música (um equívoco caríssimo e saloio) já havia no Porto um par de coisas que o escreviam no mapa: era o café Majestic, onde se entra ao fim da bicha; a livraria Lello, que ainda vai sobrevivendo; a engenharia e a arquitectura, de mestres e universidades. Mas foi o metro do Porto que trouxe uns laivos de cidade àquilo que não passava duma grande aldeia, desgarrada, caótica, imensa.
O cinzentão dominante das estações do Porto fez-me lembrar as catedrais estonteantes do metro estalinista de Moscovo. E as escadas rolantes delas iam tão aceleradas que pregavam rasteiras aos passageiros incautos. Padeciam da estranha síndrome da emulação. Não sei se algum dia ganharam o título de heróis do trabalho socialista.