Passaram ontem 48 anos, desde o primeiro concerto dos Beatles, em Hamburgo, com a formação que ficou consagrada: John, Paul, George e Ringo.
Com o meu amigo Cabide, comprei eu em 66, num PX americano, o Sargeant Peppers Lonely Hearts Club Band, quando mais tarde apareceu. Nunca mais me esqueci disso.
Era uma coisa nova e nunca vista, cada cantiga daquelas: na estrutura, nos textos, nos temas, na composição, no instrumental, nas orquestrações, no universo estético induzido.
O que se ouvia então eram as xaropadas licorosas do Dean Martin ou do Bing Crosby, e um bom artista era aquele dinossauro que tinha uma boa voz. E mal ouvimos o disco, o meu amigo Cabide achou-o tão esquisito que logo trocou o dele por uma Ella Fitzgerald.
É isso a arte, a criatividade e a inovação. É extrair do nada um mundo novo. Tudo o mais é imitação, dejà-vu, tempo perdido. Depois dos Fab Four, a música futrica nunca mais foi a mesma.
Ora aí está uma boa lição para os numerosos farsantes pós-modernos de hoje.