quinta-feira, 28 de abril de 2016

Calçada de Alpajares


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A leste do vale da Vilariça, para quem vinha do Sul e pretendia aceder ao planalto transmontano de Miranda e Bragança (almocreves e bufarinheiros do sal, dos ferros, dos panos e outros produtos do seu mercadejar), a margem direita do Douro constituía uma cadeia ininterrupta de alturas intransponíveis. Foi aí que ganhou a importância que teve a fissura de Alpajares, o único, embora penoso, ponto de penetração.
A sua utilização foi mais um processo do que um momento datável. Desde as transumâncias milenares dos auroques do Côa aos rebanhos posteriores, os eruditos admitem que os tempos do rei D. Dinis, com a sua organização territorial e administratriva, são um momento a levar em conta. Mas não existem verdades definitivas. 
A caminhada de Alpajares, levada a efeito anualmente pela câmara do Freixo e a freguesia de Poiares, é um momento de celebração e romaria de caminheiros urbanos. Desta vez anteciparam-na um mês, por haver queixas de altas temperaturas em finais de Maio. Não foi uma boa opção, que alguma chuva e pavimento molhado são condimentos penosos. E perigosos. Eu já lá vi 250 caminheiros e melhor organização. 
Pessoalmente saiu-me do pêlo, mas ganhei um novo lugar de peregrinação, que é Freixo de Espada à Cinta.