quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sapatos de defunto

Logo em 2011, a récua de cavalgaduras que mandam no país abandonou as políticas do governo de Sócrates relativas ao automóvel eléctrico. E bloqueou um projecto da Nissan para o fabrico de baterias eléctricas em Cacia. A rede-piloto de pontos de carregamento foi interrompida e abandonada, degradou-se, acabou por sofrer vandalismos.
Passados estes anos as cavalgaduras arrepiaram caminho, protegendo os cascos com sapatos de defunto. E o jornalista reconhece-lhes o genuíno dono. Mas não o identifica, por não estar autorizado.
«(...) A fraca penetração dos carros eléctricos não é exclusiva de Portugal. Em toda a UE representaram apenas 0,3% dos carros novos em 2014.
Foram vendidos cerca de 38 mil automóveis ligeiros movidos a electricidade, dois terços dos quais em apenas três países: França (10.730), Alemanha (8575) e Reino Unido (6692), de acordo com dados publicados ontem pela Agência Europeia do Ambiente. Em Portugal foram 196.
No ano passado, o Governo adoptou duas medidas estruturais para acelerar a introdução dos carros eléctricos no país. Uma delas foi a alteração do quadro legal da mobilidade eléctrica, facilitando a instalação de pontos de carregamento em espaços privados, como edifícios, condomínios e centros comerciais, e promovendo a concorrência nesse mercado.
Portugal já tinha uma rede-piloto de cerca de 1300 pontos de carregamento, instalada nos últimos anos. “Estamos a detectar que há problemas de manutenção. Há muitas avarias e há também (...)»
[in PÚBLICO]