domingo, 26 de abril de 2015

Ainda Abril!

[Rapinado AQUI, numa caixa de comentários]
«Cavaco é tão irrelevante quanto Salazar o foi desde os princípios da década de sessenta. Mas, tal como Salazar, constitui-se o pilar do país retrógrado que nele se revê. Está velho e “gagá”, já mal sabendo ler o discurso que lhe colocam nas mãos (cidadões!), mas é a referência do país retrógrado. Até pode acontecer que depois de Cavaco a direita apodrecida se esfrangalhe, se digladie, se esfarrape, porque nunca é fácil substituir uma fantochada por outra. E os dez anos de cavaquismo presidencial foram uma fantochada, além de um imenso desastre para o país. Dos primeiros dez anos de cavaquismo conseguimos recuperar, mas destes últimos tenho sérias dúvidas, tal é a destruição que o “cavaquismo presidencial” provocou nas Instituições da República. A PR está desacreditada ao ponto de pantomineiros como Marcelo Rebelo de Sousa e Santana Lopes se perfilarem como candidatos, num claro sinal de que, depois de Cavaco, qualquer “coiso” serve para presidente. A Justiça caiu nas mãos de verdadeiros facínoras que se sentiram com carta branca para perseguir e destruir os inimigos de estimação, deixando absolutamente impunes os que lhe dão cobertura e os seus próximos. Chegou-se ao cúmulo de, uma e outra vez, os agentes da justiça estabelecerem uma descarada agenda política, sempre que se avizinham eleições. Como está a acontecer neste preciso momento. O conluio mais que evidente entre os media nas mãos da direita mafiosa e os agentes da justiça destruiu, também, toda a credibilidade dos nossos jornalistas, os quais, ora são controlados com mão de ferro pelos seus patrões, ora colaboram activa e militantemente, depois de escolhidos a dedo para os quadros dos órgãos de informação. Assim, tornou-se fácil queimar na praça pública todos os que se opõem ao novo regime nascido sobre as cinzas da democracia de Abril. Assim já nem faz falta a polícia e a sua tortura, nem a censura com o seu “lápis azul”. Na verdade, a democracia formal que temos tortura sem PIDE e julga sem TRIBUNAIS PLENÁRIOS. E faz autos de fé nas praças das cidades sem ter sido necessário ressuscitar a velha Inquisição. Ao que chegamos. E fomos consentindo. E os “bons democratas” não têm um assomo de dignidade e um sobressalto cívico perante o desmantelamento da jovem democracia. Em vez disso, repetem que “a democracia funciona”, “a justiça funciona”, sempre que mais uma vítima das instituições minadas pela máfia é arrastada para fogueira da comunicação social, para os tribunais corrompidos e para as masmorras, onde fica a apodrecer pelo tempo que muito bem entenderem os donos da justiça. E os bons democratas vão continuar a assistir impávidos ou lamuriando-se aqui e ali, fingindo que não percebem o que verdadeiramente está a acontecer. Também pode ser, simplesmente, por cobardia.»