[Evacuação de feridos numa clareira da Guiné]
O último episódio da série de Joaquim Furtado sobre A Guerra Colonial é um tratado de história sem retóricas. E explica muito bem um passado recente, os equívocos dele, e boa parte das nossas tragédias. Pontificaram por lá visionários antigos e aprendizes de feiticeiro variados: o Deslandes, o Adriano Moreira, o Santos e Castro, o Jorge Jardim, o Silvério Marques, umas tantas eminências provinciais, e empresários angolistas, donatários de sertões e tarimbeiros privados, todos a sonhar com Brasis novos e outros mapas cor-de-rosa, e eldorados brancos nos confins do Sul. Tanta coisa para glória de Portugal. Sobre o mais pairaram nele os fantasmas do venerando Tomás, do Botas cínico de Santa Comba, e dum infante já velho, chamado Navegador.
[O Portugal do Guilege: tabanca, guarnição militar e pista de aviação]
Mas esqueceram-se todos do sangue de Portugal evacuado nas matas, da África que disparava os canhões, e do rigor terminal que um dia a história devolve. Felizmente esse dia já chegou, e eu estive lá para o ver!