segunda-feira, 15 de abril de 2013

Reflectindo

Bernard-Henry Levy: «(...) Se a Europa não se constituir como entidade política, o euro desaparecerá com consequências imprevisíveis. (...)
Antes dizíamos: socialismo ou barbárie. Agora devemos dizer: união política ou barbárie. Ou melhor ainda: federalismo ou ruptura. E, no seguimento da ruptura, regressão social, precariedade, explosão do desemprego, pobreza. Já não temos escolha: união política ou morte.»
Zygmunt Bauman: «(...) Há uma tendência europeia para ser simultaneamente o caixote do lixo dos desafios globais e um laboratório de ponta, onde são testadas formas de resolver desafios. Existimos hoje em suspenso, em contínuo estado de conflito, e o modelo Estado-Nação está posto em causa, se não ultrapassado. (...)
Vivemos numa época de globalização 'negativa', referindo o que resiste ao controle político (capitais financeiros, comércio, tráfico de armas ou drogas), sem que tenhamos ainda conseguido alcançar a globalização 'positiva', isto é, um organismo político capaz de controlar os danos da convergência acelerada, e de centralizar, por exemplo, decisões económicas.
Nas actuais condições, determinadas pela globalização 'negativa', cada nação tem maiores possibilidades de preservar a identidade se conceder parte da soberania à União, do que se enveredar por um combate isolado na tentativa de a preservar, acabando por ser vítima das forças do mercado que a destruiriam. (...)»
Domenico de Masi: «(...) Um dos paradoxos do capitalismo é que a riqueza não se distribui de forma igual, mas agrega-se na mão de poucos, se não existir regulação. Quando a riqueza se agrupa em poucos, o consumo cai. E se o consumo diminui, o mercado encolhe. Outra contradição resulta de os bancos comercializarem mais do que a riqueza real. (...)»