sexta-feira, 26 de abril de 2013

IC5

Em 1974, ir de Lisboa a Braga demorava sete horas. Quem viesse de Faro até ao rio Minho seguia as curvas de nível e fazia testamento, para algum acaso imprevisto. Coisa parecida sucedia, ainda ontem, a quem subia o Marão e demandava o planalto.
Claro que isso não tirava o apetite a uns burgueses salafrários, parasitas, decadentes, que reduzem a pátria ao perímetro da barriga, à freguesia da Lapa e ao estuário dum rio. Para eles a A23, a A24, a A25 são excessos que temos que redimir, porque isso está para além do que merecemos. Vão-se foder, com o maior dos respeitinhos! 
O IC5, por exemplo, é um milagre recente. Do alto do Pópulo até Alijó, a Vila-Flor, a Carrazeda de Ansiães, a Alfândega da Fé, a Moncorvo, a Mogadouro, a Freixo-de-Espada-à-Cinta, à Miranda do Douro Internacional... é um salto ao paraíso. 
Os alemães não permitem?! Queriam-nos ver a subir a calçada de Alpajares, do tempo do Júlio César, para chegar a Trás-os-Montes?! Vão-se foder outra vez!