Por essa Europa fora, sobretudo no norte, é frequente o culto dos frutos silvestres, e das bagas que pintam nas florestas no final do Verão. Saem deles inimitáveis sabores.
É verdade que entre nós a floresta é diferente e menos pródiga a natureza. Ressalvando os cogumelos, que constituem no Outono um petisco regional, só as amoras silvestres justificam atenção.
Porém, o que a nós nos falta é a cultura destes pequenos nadas, nunca nos ensinaram que a vida se faz muitas vezes da humildade de gestos minimais.
Nós somos especialistas dos grandes espaços do espírito, e da parte vaga da vida, que deixamos inconclusa. Preferimos afundar-nos no tédio ou na preguiça, com os bolsos cheios de mitos e de côdeas de pão duro.