Eu não entendo nada de finanças. Nem quero. Mas o teatro dos ocupantes do Rendeiro não logra comover-me. Não me toca, não se me inscreve cá dentro, conforme diria o outro. Apenas me faz pensar.
Se há uns anos atrás uma qualquer pitonisa governamental tivesse descido à praça a recomendar a estes piquenos aforradores que mudassem de critérios, e não entregassem dinheiro a vigaristas nem a aventureiros a troco de promessas tentadoras, não faltaria berreiro. O mercado sacrossanto, a liberal escolha, a individual iniciativa, a ganância geradora, a livre concorrência, o fim das tutelas estatais, esse comunismo enfim!
Agora que as barbas ardem, já clamam porque o governo!...enquanto o Rendeiro passa descontraído. Queremos o nosso dinheiro!... com os impostos daqueles que os pagam, pois claro.
Há nisto tudo alguma mascarada e muita desfaçatez. E o governo devia ter deixado falir o banco na altura oportuna, aplicando-se aos depósitos as normas em vigor. Que pensam eles que aconteceu a milhares de depositantes de instituições que faliram por esse mundo fora? Que é feito de tanta livre escolha?!