O periclitante governo de Sócrates é uma tripla ironia. À portuguesa. À primeira não tem alternativa, no deserto político instalado. À segunda não tem pernas para andar, porque lhas tolhe a maioria absoluta do sr. Aguiar-Branco. E à terceira ficará na história, por duas decisões demolidoras: o TGV, tal como foi lançado, e o novo aeroporto, conforme está previsto.
Nem um nem outro têm sustentação, nem correspondem ao que o país precisa. Económica, técnica e financeiramente, ambos são equívocos fatais. São o temerário passo em frente de quem chegou à beira do precipício.
Um dia serão capelas imperfeitas, ou palácios da Ajuda inacabados, que a nossa colectiva inconsciência por fim assimilará. Para que se cumpra a tradição das quimeras, e o velhíssimo fado da pobreza.