sábado, 6 de fevereiro de 2016

A Natureza, a literatura dela e outras coisas

Caminho entre pinheiros, cheios os ouvidos da toada brava nas agulhas. Um bando de patos levanta da margem, ruma à ventania, e mantém-se no ar de simples asa aberta, sem esbracejar.
Vêm-me à lembrança as lições do Caeiro, encostado, febril, a uma cómoda alta, na madrugada insone:


XI
Aquela senhora tem um piano
Que é agradável mas não é o correr dos rios
Nem o murmúrio que as árvores fazem...

Para que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.