O ex-autarca, duma terra que não vem no mapa, foi condenado há dois anos a uma pena de cinco anos e dez meses de prisão, com proibição de exercer cargos públicos durante um período de cinco anos. Por dois crimes de corrupção passiva, um de branqueamento de capitais, um de peculato e um de abuso de poder.
Recorreu para a Relação, e a Relação agravou-lhe a pena para seis anos e meio. Mas jura acreditar na justiça, e sobretudo nos tribunais superiores. Diz ele que o processo que lhe movem é político. A política está a apoiar-se na justiça para se vingar de mim. Mas o primeiro sinal da minha razão será dado pela população nas urnas, e depois pelos tribunais superiores, que têm outra independência. Não tenho dúvidas de que vou vencer as eleições e cumprir o mandato até ao fim. Os factos que me são apontados não são crime.
Vai concorrer às próximas autárquicas como independente. E já anunciou novos recursos para o Supremo, e se for necessário para o Constitucional. A interdição só se torna efectiva com o trânsito em julgado da sentença.
Tudo indica que é mais um daqueles casos em que há problemas do ego, conforme o outro há dias explicou. São muito mais comuns do que parece. E a ser assim, dada a grande falta de memória dos cidadãos eleitores, bem poderá esmerar-se a burra da justiça. É que não foi provado que tivesse recebido qualquer dinheiro. Não encontraram um tostão nas minhas contas.