quarta-feira, 8 de maio de 2013

Compaixão

O balcão da farmácia está às moscas. A papelaria devolve os jornais. No café andam as mesas cada vez mais devolutas. Até na padaria escasseiam os clientes. 
Eu bem me esfalfo a apregoar ao bairro que é preciso consumir, que é patriota fazer girar o dinheiro. Para ajudarmos os banqueiros, pobres deles, a sofrer tais prejuízos.
O bairro já lhes meteu na bandurra a ninharia de sete mil milhões, para arredondarem as contas. E um tal nada pouco é. Mas o bairro, esse casmurro, não denota compaixão.