sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O "princípio do mal menor"?!

A retirada de Alepo tem estado em curso. Os media internacionais têm dado à questão a antena que acham conveniente. Uma rebaldaria é o que tem sido! Mas vai tomando forma a convicção de que há na Síria, como em tudo, um mal menor. Convirá rememorar.
A seu tempo os rebeldes da primavera árabe foram tomados por heróis da liberdade. A senhora NATO, então, parecia a dona do mundo, num momento em que lhe competia ter arrumado as botas, quando o Pacto de Varsóvia foi à vida. Foi a Tunísia, foi a Líbia e o desgraçado Kadhafi, foi o Egipto, foi o Iraque e o Saddam das armas químicas, foi o Afeganistão dos talibans, havia de ser o Irão, a Síria estava na lista do eixo do mal. Aí chegada, a dona NATO encolheu-se.
De costas quentes pelo Putin, o Assad fez-lhe um pirete das Caldas e ficou à espera. Encharcou os rebeldes que andavam a pedir mama com bombas-barril. O célebre Daesh aproveitou e entrou no palco, com as suas cenas de selvajaria. E o Putin fez o que devia ser feito: mandou-lhes bombardeiros e bombas inteligentes.
E foi assim que a opinião publicada ocidental foi concluindo que há na vida real "males menores". Mesmo para cabeças rudes, já não era sem tempo!