sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Oliver Stone

O surpreendente volume da informação contida neste cartapácio não se imagina, nem é condensável aqui. Ainda bem que foi escrito. Há só que lê-lo!
"Stone é o aclamado realizador de filmes célebres como Platoon, Wall Street, Nascido a 4 de Julho, JFK, Assassinos Natos, World Trade Center, entre muitos outros. Venceu três Óscares, dos quais dois de Melhor Realizador. Combateu na guerra do Vietnam, tendo sido condecorado por bravura". 
E a questão que a obra levanta é particularmente sensível, perante a perspectiva aberta com as próximas presidenciais americanas. 
«As eleições presidenciais de 2000, que opuseram George Bush a Al Gore, confrontaram o povo norte-americano com uma escolha inevitável entre duas visões diferentes de futuro. Poucos recordam que exactamente cem anos antes o povo norte-americano tinha sido chamado a fazer uma escolha semelhante. Pediu-se-lhe que decidisse se os Estados Unidos deveriam ser uma república ou um império. (...)
Em 1878, os impérios europeus e as suas antigas colónias controlavam 67% da superfície terrestre. E, cerca de 1914, controlavam uns avassaladores 84 por cento. Nos anos 90 do séc. XIX , os europeus assenhorearam-se de 90 por cento de África, sendo que a parte de leão foi reclamada pela Bélgica, Grã-Bretanha, França e Alemanha. 
Os Estados Unidos ansiavam por compensar o tempo perdido, e, embora o "império" fosse um conceito pouco simpático aos norte-americanos, a maioria descendente de emigrantes, vivia-se então uma era dominada pelos robber barons - em particular uma aristocracia conhecida como os "400", com grandes propriedades, exércitos privados e legiões de trabalhadores. (...)
Mas os 400, - os oligarcas - responderam que isso era uma forma de socialismo. Disseram que seria possível haver um bolo maior para todos e defenderam que os EUA teriam que competir com os outros impérios e dominar o comércio mundial ´para que os estrangeiros absorvessem os seus excedentes em crescimento. (...) O grande prémio era a China. (...)
Cuba, a menos de 160 kms da costa da Florida, revoltara-se contra o domínio corrupto de Espanha, e esta reagiu aprisionando grande parte da população em campos de concentração, nos quais 95 mil cubanos morreram de doença. À medida que a luta se intensificava, poderosos banqueiros e homens de negócios como Morgan e os Rockfellers, que tinham milhões de dólares investidos na ilha, exigiram que o presidente agisse - para salvaguardar os seus interesses.
O presidente McKinley enviou o couraçado USS Maine para o porto de Havana, com um aviso aos espanhóis de que os Estados Unidos iriam defender os interesses norte-americanos.
Numa noite de Fevereiro de 1898, com o calor tropical a mais de 38 graus, o Maine explodiu de repente, matando 254 marinheiros, alegadamente sabotado pelos espanhóis. (...)
Mais de 70 anos depois, em 1976, uma investigação oficial pouco divulgada da marinha descobriu que a causa mais provável do afundamento do Maine foi uma caldeira que explodiu por causa do calor tropical, levando a que o depósito de munições do navio fosse pelos ares. Tal como no Vietname, e nas duas guerras do Iraque, os Estados Unidos, baseando a sua reacção em dados falsos dos serviços secretos, entraram em guerra porque quiseram. (...)»