sábado, 24 de setembro de 2016

Lusitania

A autora desta Viagem à Lusitânia é licenciada em História pela Universidade de Coimbra.
Posteriormente tirou o Curso de Especialização "Arquitectura e Urbanismo Romanos" da Lusíada, e a pós-graduação em Arqueologia na Autónoma de Lisboa. É mestre em História de Arte pela Univ. Nova de Lisboa.
Eu não sei exactamente onde é que o busílis se situa. Sei apenas, enquanto leitor, que o resultado é polémico. Não por ser historicamente menos verdadeiro (quem serei eu para o julgar?), mas porque o discurso é genericamente prolixo, fugidio, sinuoso, sentimental, delicodoce, quase mais pessoal do que científico. Desadequado e medíocre, em resumo!
Tomemos como exemplo este início do cap. II, "As torres perdidas":
«A cadela Cobelca
Um dia conheci uma cadela chamada Cobelca. Não era particularmente bonita, não era particularmente inteligente, não era particularmente divertida ou alegre; era, simplesmente, uma cadela feliz.
Houve tempos em que corria pelos campos, acompanhava os donos e dava pelo seu nome tão naturalmente como nós damos pelo nosso. Quem gritasse Cobelca veria de imediato a Cobelca olhar e correr para si. Tinha um dono e uma dona. Como nem um nem outro permanecem hoje entre nós, lembro-os pelo nome que ambos decidiram dar à sua amada Cobelca que por sua vez também já partiu. Aos três desejo-lhes que a terra lhes seja leve, recorrendo ao tradicional epitáfio romano: H.S.E.S.T.T.L. Hic Situs Est Sit Tibi Terra Levis. (...) 
Os Cobelcos seriam, assim, um dos povos que terá contribuído para a construção daquela ponte [Valência de Alcântara] e, como tal, a sua localização situar-se-á não muito longe dessa região. (...)»
O leitor que se aguente nas canetas, que remédio! Não obstante há lá dentro conteúdos abundantes, desconhecidos e muito interessantes!