quarta-feira, 18 de maio de 2016

Resumo para distraídos, antes de mandar esta merda para arquivo

Uns mails denunciam que o Banif foi uma oferta ao Santander, imposta pelos burocratas da Concorrência em Bruxelas, que perderam a paciência com o far niente do Passos e da loira dos balões de hélio. O Banif tinha que ser vendido, mesmo sem compradores, e nem valia a pena tentar outras alternativas. O Santander levou-o por tuta e meia à custa do bolso dos portugueses, que lentamente acordam da síndrome do rebanho.
Devido aos estilhaços do Banif (uma vergonha da responsabilidade da loira e do sipaio), o défice de 2015 vai além dos 3%. E o PPE das direitas europeias exige o máximo rigor orçamental ao Costa, sob pena de sanções, enquanto a Comissão do Juncker dá mostras de alguma tolerância, a ver se salva o pêlo. Claro que o sipaio Passos apoia o PPE, enquanto escreve numa cartinha que... puta que pariu tanto fariseísmo! 
Diferentemente da Espanha onde ela não pôs as patas, nós só chegámos aqui pelas mãos da troika. Em três simples andamentos, aqui ficam, da coisa, os comos os porquês.
1 - Durante uma eternidade, a câmara do meu município foi do PPD. Só mudou para o PS nas últimas autárquicas. O estado das finanças municipais é surrealista e ruinoso: em três PPP's inúteis ficou uma dívida bancária de 4 milhões e meio, fora o que escorre. Tudo apurado numa auditoria. Só em juros diários, por cerca de 30 anos, traz o município às costas mais de 3.000 euros. Foi imperioso pedir um apoio de emergência.
2 - Antes das últimas autárquicas, a câmara de Gaia andou nas mãos do famoso visionário Meneses, que transformou o município antes do salto falhado para o Porto. E o Marco António Costa, que já tinha ajudado a arruinar Valongo, veio para Gaia e juntou-se ao Meneses. Dirigia a Gaianima, empresa municipal. Por fim a Gaianima faliu, com uma dívida assustadora.
A nova presidência (do PS) encontrou valores "maquilhados" em 2013, que reduziam para 217 milhões uma dívida real de 250 milhões. Teve que pedir 40 milhões de emergência para pagar o regabofe.
3 - Sócrates (esse ladrão megalómano!) entrou no seu primeiro governo em 2005, com um défice de 7% herdados do Barroso e do Santana Lopes. Em 2007 o défice era inferior a 3% (2,9%?).
Em 2008 chegou em força da América a maior crise financeira de há um século: a lepra do sub-prime, com a falência do Lehman Brothers, da Enron e outras barbaridades. 
Sócrates perguntou à Europa qual a fórmula para responder à crise. E foi-lhe dito que a resposta era anti-cíclica, era indispensável investimento público. Sócrates abriu os cordões à bolsa e a dívida pública disparou, para não falar da bancária e da privada.
Em 2009 a Europa mudou a palavra de ordem, ordenou austeridade e contenção. Os chacais do rating andavam agitados, os juros subiram até ao impensável. A troika arreganhava os dentes e apenas Sócrates mostrava capacidades para lhe resistir. Engendrou o PEC 4, e assegurou-lhe o assentimento da Europa. 
O resto já está na história da pulhice humana. Um dia o Marco António chegou-se ao camarada Passos e segredou-lhe ao ouvido: - Olha aqui, menino! Ou tens eleições no país ou no partido. E lá vais tu de patins! Ora o Passos (que por arranjos do Ângelo Correia foi gestor da Tecnoforma onde formou centenas de funcionários municipais na manutenção de aerórodromos inexistentes; esse marginal saído do sertão que não pagou à Seg. Social alegando desconhecer que não era obrigatório; e a loira dos balões de hélio, que aceitou trabalhar para uns ingleses especuladores com a dívida, e só estavam interessados na sua agenda de contactos de ex-ministra), o Passos, esse sipaio servil que ainda hoje é, mentiu descaradamente e recusou o PEC 4. A múmia do Cavaco, antes de ter um espasmo, declarou que havia limites para os sacrifícios impostos ao bom povo. E incitou a juventude a vir a público baixar as calças e mostrar o cu.
Sócrates teve que apresentar a demissão do seu governo e vieram eleições. Os bons tugas meteram o pescoço no laço da forca e elegeram a direita. E a esquerdalhada toda acompanhou ao altar uma noiva furada, pelo braço do padrinho Relvas.
O que depois sobreveio é aquilo que se esperava. Ou semelhante. Só o não sabia o Francisco Louçã, ainda estou a vê-lo declarar na televisão: recusar o PEC 4 é já iniciar a saída da crise. O pequeno filho da puta!