domingo, 20 de outubro de 2013

"Não compreenderei, cem anos que viva, como pôde o país dar-se ao luxo de dispensar este homem."

Temos a história pejada de esquinas de emergência, de equívocos e de enganos, de escolhas temerárias, de catástrofes, de traições das elites. A todas elas teve que responder um povo menorizado e alimentado por mitos, com o sofrimento e a penúria resignada.
A rapaziada cortesã da farronca de Ceuta, o desastre de Tânger, a intriga fatal de Alfarrobeira (onde atraíram à morte o infante D. Pedro, o único espírito ilustrado da ínclita geração), as ávidas miragens da canela, a catástrofe de Alcácer, o horror da Inquisição, a perda da independência, o descalabro dum império de ficção, o Pombal aniquilado, as invasões francesas e o protectorado inglês, as guerras civis do liberalismo, um século XIX desperdiçado, a ditadura dum biltre paranóico, a guerra pelos destroços do império, o sonho da liberdade e da Europa, três décadas de dignidade enquanto povo... até este crepúsculo a que as pseudo-elites de novo nos querem submeter... agora com o nosso voto!
[Link da entrevista]