sábado, 12 de maio de 2018

Despotismos

O Chico Preto tinha-lhe oferecido o cão. Ele trouxe-o para casa e prendeu-o numa argola para guardar o quinteiro. Se algum de nós aparecia, o cão chorava como uma criança. Às tantas reparámos que as pulgas tinham tomado conta dele e já cobriam o chão. E o que ele queria era correr, desvairado, e atirar-se à água frígida do tanque. Era o refrigério do pobre do cão.
Por isso nos proibia que alguém o soltasse. Por sadismo puro. Porque os déspotas são todos assim. Avariados dos cornos.