quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

HAJA LUZ! - 7

«Na Europa, a partir do séc. XVI, a procura da pedra filosofal começou a confundir-se cada vez mais com os objectivos da medicina - o tratamento de doenças, o prolongamento da vida.
O encontro com plantas novas, proporcionado pelos Descobrimentos, deu também novo impulso a uma nova forma de química, ligada ao tratamento de doenças e outras aflições físicas. (...) O médico e botânico português Garcia de Orta publicou em Goa os Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas Medicinais da Índia... (1563). Embora ainda não pudesse ser um cientista no sentido moderno do termo, Orta já valorizava o estudo da natureza em relação ao conhecimento livresco. (...)
Orta foi condenado (postumamente) pela Inquisição em 1580. Já que o não puderam queimar vivo, foi queimado morto; a sepultura foi aberta e os ossos incinerados. (...)

Na iatroquímica avulta a figura quase lendária de Philipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, mais conhecido como Paracelso.O cognome deve ter sido inventado pelo próprio, e quer dizer "maior que Celso". Referia-se, claro, a Aulus Cornelius Celsus, o maior escritor latino de medicina; a sua obra De Medicina foi um dos primeiros livros de medicina a ser impresso (1478). (...)
Cobrava fortunas aos ricos, mas curava os pobres de graça. Era requestado pelas cortes europeias, mas isso não o impedia de frequentar as tabernas e de levar uma vida dissoluta. Denunciou os preparados dos farmacêuticos como aldrabices e levou muitos à bancarrota. (...) Descreveu Martin Luther e o Papa como "duas putas a discutir castidade".»